Hoje, 27 de julho, é o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. O Julho Verde é uma campanha que conta com o apoio da Organização Mundial da Saúde e da União Internacional para o Controle do Câncer para informar e promover o conhecimento sobre os fatores de risco, tratamento e reabilitação do câncer de cabeça e pescoço. O movimento no Brasil une a ACBG Brasil, a Sociedade Brasileira de Cabeça e Pescoço e várias organizações para reforçar a melhor forma de conduta: a prevenção e o diagnóstico precoce.
“É necessário estar alerta aos sintomas anormais do organismo no dia a dia. É essencial num momento como esse divulgar como prevenir estes tipos de câncer, ressaltar a importância de realizar exames periódicos, como ultrassonografia, sangue, ressonância magnética, por exemplo, assim como dar continuidade às consultas médicas.”, orienta Leonardo Rangel, cirurgião de cabeça e pescoço, especialista pelo INCA, médico e pesquisador da UERJ.
A falta desses cuidados com a saúde por medo de se contaminar pelo vírus, vai colaborar com o aumento de todos os tipos de câncer, como já notificou um estudo realizado pelo INCA divulgado este ano. A estimativa aponta 37.120 novos casos em 2020, sendo que 43 mil surgem anualmente, resultando em 10 mil mortes. Com o isolamento social, a perspectiva é ainda mais crítica. De acordo com o Instituto Oncoguia, organização de apoio a pessoas com câncer, os óbitos causados pela doença podem crescer 20% até o fim de 2020 e até mesmo os tipos com alto índice de cura terão tratamento mais difícil.
Um exemplo de câncer que pode ser descoberto cedo com exames simples e tem quase 100% de cura é o câncer de tireoide, o mais comum da cabeça e pescoço e o quinto tumor mais frequente em mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste. 70% dos pacientes buscam ajuda em estágio avançado da doença.
“Os tumores de cabeça e pescoço têm características mais dependentes do tempo, que são as complicações que podem levar à morte do paciente, principalmente a compressão da via aérea. Os cânceres que surgem dentro da cavidade oral, ou da laringe, podem comprimir a via aérea e obstruir, gerando falta de ar, mesmo que os tumores não sejam tão grandes. Isso torna a detecção precoce fundamental, pois além de ter um prognóstico melhor, também evita outros riscos que os tumores mais agressivos podem causar além da insuficiência respiratória, como o sangramento dentro da árvore brônquica, mais abrupto. Com certeza, a demora do paciente ao tratamento e o medo de procurar atendimento médico nos primeiros sintomas vão criar um impacto nos tumores de cabeça e pescoço.”, alerta Dr. Leonardo.
NOVOS TRATAMENTOS E EQUIPE MULTIDISCIPLINAR – O tratamento de um câncer de cabeça e pescoço é complexo e requer acompanhamento e ajuda de uma equipe de profissionais, além do cirurgião de cabeça e pescoço. No Hospital Universitário Pedro Ernesto, os pacientes recebem apoio de especialistas em fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, assistência social, enfermagem, odontologia e nutrição. “O trabalho da equipe multidisciplinar e novos tratamentos minimamente invasivos vêm sendo implantados também no SUS, para diminuir os riscos aos pacientes e melhorar a qualidade de vida de quem é afetado pela doença”, finaliza Rangel.